quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A sala de aula: o ilimitável das limitações

























Atividades que não podiam deixar de postar: uma apresentação teatral com os alunos das oitava séries "A" e "B", da Escola Municipal Anselmo Cordeiro Guimarães - Santa Cruz-PE, sob a orientação das professoras Oriana e Dvanete, em que aplicaram duas oficinas - TP3. A princípio, foi feito a interpretação da fábula "A cigarra e a formiga" - boa e a má , a partir de uma encenação, onde a professora Oriana sentiu-se satisfeita com o resultado, visto que a turma se empenhou bastante, confeccionando em conjunto um belíssimo cenário. Após as apresentações, fizeram a comparação dos textos, onde houve a participação de todos expondo sua opinião diante do desfecho dos personagens. E, consequentemente, os alunos criaram uma outra versão para a fábula.

"foi divertido e alguns demonstraram muita criatividade e imaginação"

Dando continuidade, foi confeccionado uma caixa mágica com fantoches surpresas, feitos com palitos de picolés e gravuras, utilizando de duas formas/técnicas:

  • os alunos retiravam um fantoche e contavam uma história, um acontecimento, um poema, enfim, de acordo com a gravura utilizava um gênero textual;
  • o primeiro aluno do círculo (eles se encontravam em semi círculo na sala de aula) retirava um fantoche e começava uma narrativa e os colegas davam continuidade.
Dessa forma, a professora trabalhou vários gêneros textuais produzidos ou relatados pelos alunos. Além disso, foi possível também trabalhar com coesão e coerência, visto que a segunda atividade proporcionou esse estudo, uma vez que, é muito difícil dar continuidade ao pensamento do outro, disse a professora Oriana.
As oficinas aplicadas, permitiu a interação, contribuindo tanto na aprendizagem dos educandos, como diz a professora Oriana, "como também na minha formação como educadora, pois me permitiu inovar minhas aulas tornando-as prazerosas e ricas em aprendizagens".

Sucesso,
Betânia.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Momentos da Oficina - TP4












Realizamos, no dia 29 de agosto (sábado) de 2009, a quarta oficina do GESTAR II - Português e Matemática - em Santa Cruz - PE, tendo como base o caderno Teoria e Prática - TP4 - Leitura e Processo de Escrita 1, atentando para o fato de que a cultura, usos e funções sociais da leitura e escrita se tornam importantes instrumentos para trabalhar a partir de uma perspectiva de letramento. Nesse processo de ensino aprendizagem, o professor como mediador pode organizar situações em que levem o aluno a produzir conhecimento, experimentando e observando o mundo da leitura e da escrita à sua volta (eventos de letramento). Dentro dessa perspectiva, utilizei "flashcards" contendo (eventos de letramento) a partir do livro BRASIL DAS PLACAS - VIAGEM POR UM PAÍS AO PÉ DA LETRA - José Eduardo Camargo e L. Soares, que por sinal, mostra-se um projeto belíssimo, desenvolvido pelos autores mostrando a riqueza e as funções comunicativas e finalidades da leitura, para que relacionem o letramento com as práticas de cultura local. Essa atividade possibilitou ao mesmo tempo fazermos um "passeio" pelo campo semântico em que se inserem essas palavras e também proporcionou a junção de duplas para ligar a finalidade principal que é a interação entre os presentes. Após, questionei com os cursistas as seguintes perguntas: SOMOS TODOS LETRADOS? VIVEMOS EM UM PAÍS LETRADO? Para complementar a discussão da oficina, passei os vídeos: "O que é letramento? de Magda Soares e "Cenas de Letramento" para perceberem o verdadeiro sentido do letramento. As discussões acerca do tema em questão foi bastante motivador, abriu espaço para o desenvolvimento das competências de leitura e escrita. Os cursistas leram os depoimentos de Patativa do Assaré e Paulo Freire (pág.18-19-20) contando as suas práticas de leitura/escrita: a) Quais as recordações que cada um dos autores, hoje consagrados em nossa cultura, trazem sobre o seu aprendizado da leitura-escrita?O que há de comum nas suas experiências? b) A partir dos relatos, quais os elementos contextuais, nos ambientes que os cercavam, que ajudavam os autores a aprender a ler o mundo? c) Descreva algumas características desses textos (relação com a oralidade, os dialetos locais, o gênero, entre outras possíveis). Na sua opinião, a partir da leitura desses textos, os autores utilizam a escrita para quê? e responderam também as questões das páginas 48 e 49 (letras a,b,c,d).Entreguei também uma ficha contendo os passos para se fazer um memorial.
No segundo momento, passei os "slides" da composição do TP4 e tema a ser desenvolvido: diversidade cultural: cultura, identidade e conflitos. Em seguida, solicitou-se aos cursistas que lessem o poema "Cidadezinha qualquer" de Carlos Drummond de Andrade e elaborassem propostas de atividade para cada série específica. Foi um momento bastante significativo, onde houve debate acerca das questões colocadas pelos grupos, que até instigou o professor Jackson Amorim a fazer um poema sobre a cidade de Santa Cruz. Eis o produção do poema:
O nome de Santa Cruz
Foi originado assim
Por dois homens visitando
Eram os frades capuchinhos.

Por motivo de oração
Muita gente os visitou
E uma cruz para devoção
Nessa região ficou.

Os vaqueiros campeando
Acharam a cruz tão bela
E montados em seus cavalos
A conduziram em suas selas.

Mais como era segredo
Que só Deus autorizou
Ao construir a capela
A vila se originou.

Essa terra virou santa
Tem cultura e diversão
É cidade hospitaleira
Aqui do nosso sertão.

Tu que plantas humildade
O que colhes é amor
Salve!Salve!Santa Cruz
Nosso Deus te abençoou.

O quarto momento, reservou-se para a socialização das atividades do "Avançando na prática" e do compromisso em realizar as oficinas e entrega dos relatórios.
De início, confesso que me senti desestimulada com relato dos cursistas:
"não deu tempo de realizar a oficina, pois estive de atestado médico"
"as comemorações e eventos da escola(dia dos pais, dia dos estudantes) não permitiu a realização"
"não deu tempo..."

Mas em compensação, outros trouxeram as atividades e o restante ficou para realizar e entregar os relatórios. Os relatos mostram que a postura tanto dos alunos quanto os professores revela uma mudança e esforço visível para a melhoria da aprendizagem. Dentre essas ações positivas, esperamos que isso reflita na prática do professor, nos dirigentes escolares para que mergulhem e abracem dando seu apoio nessa proposta. Lembrando também que a carga horária maior é semipresencial e requer de estudos individuais. Aproveito este momento para reforçar o compromisso, e dedicar mais tempo aos estudos, para assim, construirmos juntos propostas para desenvolvermos no ano letivo de 2010.
O ponto de partida das "Lições de Casa" estava presente em quase todas as apresentações, as fábulas "A cigarra e a formiga - boa e a má" - para leitura, interpretação e simulação de júri. A professora Claudevânia (8ª série E) da Escola Anselmo Cordeiro Guimarães, trabalhou um texto extraído da revista mundo jovem "O mundo do trabalho" para discussão e posterior produção de um texto sobre a importância do estudo na vida profissional feita pelos alunos.
A professora Solange (6ª série H) da Escola Anselmo Cordeiro , fez estudos de interpretação da música "Cidadão" de Zé Ramalho questionando-0s: Qual o objetivo do compositor ao compor esta música? O que está explícito na letra da música? Após este questionamento foi dividido a turma em dois grupos para responderem: O que é trabalho?Depois de todos os integrantes colocarem a sua resposta, comparou trabalho a lazer. Finalizaram os grupos produzindo um texto sobre a vida de um profissional, ou mesmo, sobre o que é trabalho.
Para falar nas sequências tipológicas, a professora Conceição da Escola Honorato de Souza Mendes (zona rural) utilizou nas turmas de 5ª e 7ª séries a descrição. Pediu que descrevessem um objeto para que a outra equipe advinhasse.

PRODUÇÕES DOS ALUNOS

ADVOGADO DE DEFESA DA FORMIGA MÁ
A formiga má está certa na hora de negar abrigo para a cigarra devido ter-lhe atormentado com sua cantoria constante, deixando suas tardes de cochilo irritantes, pois ela não parava de cantar. Em vez de a cigarra ficar cantando o tempo todo, ela deveria se preocupar em construir sua casa e colocar alimentos para poder sobreviver no mau tempo, e não depender de ninguém. A sua morte serviu de exemplo para outras cigarras, pois elas devem se preocupar com as suas vidas e não ficarem só se divertindo, pois a vida não é só de divertimentos e sim, também de trabalho.

ADVOGADO DE ACUSAÇÃO

A formiga má deve ser condenada, pois negou comida à cigarra deixando-a morrer de fome, e não teve dó da cigarra, em que ela cantava com alegria, e a formiga tinha inveja, já que não sabia cantar e não a ajudou na hora que mais precisava.

JURADOS
Devido o egoismo, a inveja, a avareza da formiga, nós decidimos após a explanação dos advogados de defesa e acusação, mudou um pouco a nossa decisão, e que a cigarra preguiçosa não trabalhou pelo seu pão e teto, mais a inveja da formiga também a impediu de ajudar a cigarra. Por decisão dos jurados à ré será condenada a ajudar outras cigarras que necessitam. E por ter acomodado a cigarra, ter sido um ombro amigo, decidimos absolver a formiga boa, e que a cigarra cantará sempre para elas, para aliviar o trabalho, e alegrar o dia. Assim termina nosso julgamento.

O AGRICULTOR E A VIDA NO CAMPO

A vida no campo é mais tranquila e é bastante diferente da vida na cidade. Os moradores do campo vivem longe da poluição, do trânsito e do movimento da cidade. Eles levantam bem cedo, ainda de madrugada para trabalhar nas plantações e cuidar dos animais.
O homem do campo aprende a observar e a conhecer a natureza, pois ele está em contato direto com ela, o que permite saber qual é a melhor época para plantar e para colher. Ele também consegue identificar os sinais de chuva, de seca, de geada, de ventania, e quase nunca se engana. A vida do homem e de todos os animais depende da vegetação, por isso, é necessário proteger em cada município/localidade. O tipo de vegetação mais utilizada para a criação de animais é o pasto,como exemplo o capim e a grama
. Algumas pessoas fazem desmatamento para a formação de pasto, mais isto prejudica o meio ambiente, pois aumenta a temperatura e acaba com o solo. Em locais desmatados é necessário fazer o reflorestamento, que é o plantio de árvores no local.

O agricultor cultiva vários produtos como feijão, arroz, café, algodão, milho, cana-de-açúcar, verduras, frutas e legumes. A agricultura depende do tipo de solo e do clima da região. É do solo que as plantas retiram aquilo de que necessitam para se desenvolver. A luz e o calor do sol, o solo, o ar, os animais, os vegetais, a água e o minerais são recursos naturais. O homem necessita desses recursos naturais para viver. Para melhorar suas condições de vida, modifica a paisagem natural com as suas necessidades, porém, o homem faz modificações que destroem a natureza, prejudicando a si próprio.
Alunas: Yanca, Yara, Sara, Ediene, Ana Clécia, Maria Antônia, Lindineide, Vanessa, Graciene, Gracivan, Leidiane, Cleober, Rafael, Josias.

DESCRIÇÃO:
Eu escolhi esse objeto por que muitas pessoas usam no seu dia-a-dia. Ela têm marchas, correntes, freio, duas rodas, raios, cela, guidom, apito, muitas peças. É quadrada, tem bagageiro, varão, rei de centro, catraca, luvas, dois pedais, cor vermelha. Muitas pessoas usam para carregar água, fazer passeios e muitas outras coisas. Esse objeto é uma bicicleta de marchas.

Aluna: Cinthia Viana.

MEMORIAL

É um texto narrativo, contempla a trajetória de quem o escreve. Redija seu memorial de leitor (a), buscando suas referências iniciais sobre leitura e alfabetização, suas memórias sobre o contato com os textos de sua infância.


Pré- escola à 8ª série
  • O que seus pais almejavam quando o (a) encaminharam à escola?
  • Qual foi o primeiro livro que você leu? O que mais chamava a atenção nele?
  • Que aula foi mais marcante positivamente? O que ela tinha de especial?
  • Como você percebia a biblioteca de sua escola?
Ensino Médio
  • Descreva o professor pelo qual você nutria maior afeto/admiração.
  • Que aula/conteúdo você considera ter sido de extrema importância na sua formação?
  • Que conteúdo/disciplina você considerava "inútil" à época? O que você pensa a respeito, atualmente?
  • Que leitura marcou seu ensino médio? Por quê?
Universidade/Faculdade
  • Como você se caracteriza frente aos novos conhecimentos presentes no ensino superior?
  • O que foi mais inusitado, no tocante aos professores?
  • E com relação às aulas?
  • Que leitura marcou seu ensino superior? Por quê?
Defina-se como leitor (a) no dia de hoje.


O QUE É LETRAMENTO

Letramento não é um gancho
em que se pendura cada som enunciado,
não é treinamento repetitivo
de uma habilidade,
nem um martelo
quebrando blocos de gramática.


Letramento é diversão
é leitura à luz de vela
ou lá fora, à luz do sol.


Saõ notícias sobre o presidente,
o tempo, os artistas da tv
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de domingo.


È uma receita de biscoito,
uma lista de compras, recados colados na geladeira,
um bilhete de amor,
telegramas de parabéns e cartas
de velhos amigos.

É viajar para países desconhecidos,
sem deixar sua cama,
é rir e chorar
com personagens, heróis e grandes amigos.

É um atlas do mundo,
sinais de trânsito, caças ao tesouro,
manuais, instruções, guias,
e orientações em bulas de remédios,
para que você não fique perdido.

Letramento é, sobretudo,
um mapa do coração do homem,
um mapa de quem você é,
e de tudo que você pode ser.

Kate M.Chong (do livro "Letramento, um tema em três gêneros"Magda Soares.

Em breve, colocarei mais produções dos alunos.
Abraços, Betânia.





Cenas de Letramento

Vídeos explorados na oficina - Leitura e Processo de Escrita