domingo, 20 de dezembro de 2009

TP2 - RELATÓRIO



No dia 05 (sábado) de dezembro de 2009, realizamos mais uma etapa do Gestar II em Santa Cruz-PE. Nesse encontro, tratamos sobre a tão questionada concepção do ensino da gramática, especificamente aos conceitos que os professores têm sobre a gramática, partindo deste, para um melhor ensino com os seus alunos – TP2 – Análise Linguística e Literária. De início, passamos um vídeo “Me ardi o oi” parodiando a música “We are the world” – que por sinal foi fantástico, trazendo à tona os efeitos para quem fuma.
Partindo das seguintes frases: “Detesto gramática”, “A Gramática Portuguesa é muito difícil” foi o pontapé inicial para nossos estudos sobre a gramática, onde cada um iria conceituar e depois iríamos confrontar as respostas frente aos nossos estudos e considerações que faremos ao longo da oficina, privilegiando assim, três formas de conceber a gramática: a internalizada, a descritiva e a normativa.Através da transcrição de uma conversa entre uma criança de dois anos e nove meses, sua babá e sua avó, vimos o que seja gramática internalizada, refletindo e discutindo exemplos em seu dia-a-dia.

- Filhinha, você quer ir pra escolinha com a vovó? (fala da avó).
- Eu vô (vou) com o papai, porque o carro dele é mais grande.
- Uai, Sofia, o carro da vovó é muito maior...(fala da babá).
- Não, o carro do papai é mais bonito.
- Mas, Sofia, o carro da vovó é novinho...(fala da babá).
- Eu vô (vou) no carro do papai porque o carro dele é todo azulzinho e combina com a roupa da escolinha...(pg.14-15)

No ensino-aprendizagem da língua, é fundamental a consideração dessa gramática interna: o trabalho com a língua não só tem de partir dela, como tem de procurar ampliá-la. A primeira orientação do professor de Língua Portuguesa deve ser, portanto, no sentido de criar as oportunidades para que os alunos ampliem cada vez mais seus usos da língua, nas mais variadas situações sociocomunicativas.(pg.16)





A gramática descritiva, vêm conquistando espaço e importância, graças a vários estudos, e principalmente pelos trabalhos dos lingüistas, que a intenção maior desse ensino é observar, analisar e descrever as regras utilizadas pelos usuários da língua em todas as suas modalidades, dialetos e registros, sem a preocupação de rotular em “certos” e “errados”. Nesse sentido, respondemos a questão 4 da página 19.E adaptei a atividade da página 20 – AAA2-professor. Recorrendo também ao livro “Brasil das Placas” utilizada anteriormente na oficina TP4, entregando a cada cursista sugestões de como trabalhar esse material – presente no site de “o brasildasplacas.com.br”: ERRO, ACERTO E ADEQUAÇÃO:GRAMÁTICA X LINGUÍSTICA.


• Houve erro ortográfico intencional em alguma das duas situações (imagem de placa e estrofe)?
• Se houve, qual era a intenção de seu autor?
• Que efeito esse erro provoca no leitor do texto?

Conte o que vê na imagem.
Teve dificuldade em entender o texto da placa?Por quê?




Como percebemos várias atividades estão ligadas à visão da gramática descritiva e ao ensino reflexivo da língua. Não se trata de ensinar nomenclatura, nem de esgotar qualquer assunto, numa profundidade que não interessa ao falante. Trata-se de fazê-lo observar seus usos da língua, ou os usos do texto com o qual trabalha (pg.24).
Partindo para a seção 3: A gramática normativa e o ensino prescritivo, acrescentei nossa discussão através de trechos do livro: JANELAS NA CONSTRUÇÃO DA LEITURA – Aya Ribeiro.
Fizemos a leitura de um trecho de uma obra muito premiada no Brasil e no exterior: A casa da madrinha, de Lygia Bojunga: Osarta (pg.27).
Falando em gramática normativa que é o estudo das regras de uso da norma culta da língua, como se fosse um receituário de “boas maneiras lingüísticas”, colocado à disposição dos falantes, e especialmente dos alunos, fica a seguinte pergunta: como se procede o ensino de português frente a essas mudanças com a lingüística?
Não há uma fórmula mágica para resolver o problema do ensino de gramática na sala de aula, mas o conhecimento teórico proveniente de leituras especializadas, de pesquisas que levem o professor a indagações e reflexões acerca de sua prática é um passo decisivo no processo de mudança. Mudança que implica, inicialmente, uma mudança de postura frente ao próprio objeto de trabalho, seguida de uma modificação nos hábitos e atitudes docentes. Urge operar inovações tanto na escolha de novos conteúdos como na concepção metodológica. Outra consideração a ser feita é a de que, embora a Linguística seja uma ciência descritiva e não prescritiva, o uso descritivo não exclui o uso prescritivo da língua. Há que se consultar, sim, a gramática normativa da lingua, mas não tomá-la como verdade única e incontestável. Numa sociedade desigual, em que a disputa entre as classes é evidente, o não uso da língua padrão representa a alienação do indivíduo e nenhum acesso ao poder.
(Ribeiro, pg.38,2006).
Em seguida entreguei o texto “Na gramática da escola cidadã” da mesma autora, mencionado anteriormente.
No período da tarde, estudamos as unidades 7 e 8 sobre "Arte - suas funções e Linguagem Figurada", onde discutimos as características da linguagem da arte, com a seguinte metodologia: cada equipe ficou com uma seção, para estudo reflexivo e posterior apresentação.
Em seguida, foi reservado para "O Avançando na Prática".

"Iniciei esse trabalho através de conversa informal, instigando os alunos a relatarem gírias conhecidas e pronunciadas entre os mesmos no dia-a-dia. Solicitei aos mesmos que passassem uma semana observando as gírias pronunciadas pelos colegas para a partir destas confeccionar um dicionário. Dando continuidade trabalhei com dois textos do gênero carta dado pela formadora como sugestão, o qual se referia a duas pessoas que utilizavam gírias diferentes, sendo as mesmas desconhecidas ou com duplo sentido para os personagens, tornando assim para o leitor uma leitura bastante divertida. Solicitei que reescrevessem a carta substituindo as gírias por palavras que tenham o mesmo significado e que torne o texto coerente.
Outro trabalho realizado neste período foi sobre alusão das histórias infantis. Iniciei relembrando o filme SHEEK que conta a história de um oglo que se apaixona por uma princesa, porém no desenrolar de todo o filme exibem a presença de outros personagens conhecidos na literatura infantil. Os alunos se divertiram bastante, relembrando cenas, onde após toda essa explanação, apresentei-lhes também histórias em quadrinhos da turma da mônica(dada no encontro presencial) fazendo alusão com outras histórias infantis. Após sugeri que os alunos explorassem sua criatividade elaborando também o seu texto.
"Correndo contra o tempo" iniciei mais uma atividade que foi a produção de texto tendo nomes de filmes, frutas, novelas, times de futebol, perfumes, programas de TV, como personagens do texto. Confesso que fiquei surpresa com o resultado, não subestimando meus alunos, mas considerei esta atividade complicada, no entanto, percebi o grau de imaginação que tem os alunos, basta apenas que esta seja incentivada e trabalhada pelo educador".
Professora Oriana

Brevemente colocarei produções dos alunos e as fotos do encontro.





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