sábado, 3 de outubro de 2009

MEMORIAL DE LEITURA

Eu, Oriana Marques de Sá, nasci no dia 21.05.1975, na cidade de Petrolina-PE. Ganhei esse nome escolhido pela minha mãe que tinha lido em um romance. Apesar de ser de família humilde, sempre recebi o incentivo dos meus pais para o estudo. É muito difícil falar de si próprio, porém me considero uma pessoa simples, que sonha por um mundo melhor, onde desejo contribuir na construção de uma educação de qualidade. Não gosto de mentiras nem de injustiças.
Iniciei os estudos aos 4 anos de idade no pré-escolar. Não recordo muito com relação ao processo de alfabetização, mas marcou muito nesta fase de minha vida as canções e os brinquedos que tinha na escola. A música "Peixe Vivo" nunca vou esquecê-la, pois todos os dias era cantada. Nessa fase da minha vida houve um estudo profundo da leitura de mundo com relação a valores como o respeito ao meu ambiente, respeito ao próximo, amor, amizade, solidariedade, etc. Tenho bastantes recordações de momentos nos quais esses valores estiveram presentes. Ingressei no ensino fundamental I com sete anos com a professora Neuzinha, que me marcou pela sua simpatia e tranquilidade. Com ela aprendi a ler e a gostar do sitio do Pica Pau Amarelo, pois estava no auge na TV e a professora falava muito no autor Monteiro Lobato e em outras obras do mesmo autor. A Escola Eduardo Coelho tinha também na sua biblioteca um lado somente com a exposição de livros da coleção de Monteiro Lobato. Lia bastantes livros, principalmente da turma da Mônica, não sei ao certo qual foi o primeiro, porém o que mais marcou na minha infância foi "Meu Pé de Laranja Lima", que relata sobre a amizade de um garoto com essa planta, desabafando seus problemas tanto familiares, como na escola com os colegas, sendo que a professora gostava muito dele.
Tive boas professoras no ensino fundamental II. A aula mais marcante foi na 5ª série, com a professora Lisiê Brandão da disciplina de Educação Artística, pois apesar de ser dessa disciplina não abordava somente pinturas, desenhos e colagens. Certo dia, ela orientou a turma sobre os hormônios femininos e masculinos, os alunos ficaram com o rosto vermelho de vergonha, porém sua aula foi bastante enriquecedora, visto que a maior parte dos pais nesse tempo, não falava com seus filhos sobre esse assunto. Lembro chegando em casa e relatando algumas coisas. Meu pai ficou "bravo" querendo ir falar com a professora, mas minha mãe que também lecionava na mesma escola, conhecia a professora e acalmou meu pai explicando que era assim mesmo.
Minha recordação da disciplina de Língua Portuguesa era o estudo profundo de verbos, onde tinha muitas vezes a chamada oral. Confesso a todos que não era fã dessa disciplina, mas sim, de matemática. Entretanto, ao ingressar no magistério (hoje normal médio), percebi que seria difícil entrar em uma faculdade de Matemática, ou que esta se fizesse presente, devido o curso não oferecer nesse período conteúdos dessa disciplina em nível de 2º grau e preparatórios para vestibular.
No magistério, o professor que tinha mais admiração era a professora de prática: Geovana, pela sua calma e pela forma que tratava aos alunos: sempre carinhosa, compreensiva, mas dura quando necessário. Sem dúvidas, essa também foi a disciplina que considero de suma importância na minha formação, pois através da mesma, adquiri conhecimentos não só na teoria, mas também na prática. Nunca considerei nenhuma disciplina inútil, nem mesmo "artes e religião", as quais são tidas por muitos como desnecessárias, ao contrário, considero-as das mais importantes, pois descobre talentos e ensina valores esquecidos por muitas famílias. Nessa época, a leitura que marcou meu 2º grau, foi Dom Casmurro de Machado de Assis, no entanto, na minha vida foram vários romances, visto que era fascinada por leitura dos romances como "Sabrina, Bianca e Júlia" e creio que contribuiram muito na minha leitura e interpretação de textos.
Por não gostar da disciplina de Língua Portuguesa, fui incentivada pela minha mãe a escolher o curso de Letras como um desafio, e para minha surpresa, identifiquei-me muito a partir do encontro com a professora Iolanda. Uma professora fantástica, que sentia prazer em mostrar detalhes por nós, muitas vezes despercebidos para compreensão de determinados conteúdos. Além disso, encantava com sua oralidade e com seus conhecimentos em livros literários, despertando o desejo pela leitura dos mesmos, como por exemplo, O primo Basílio de Eças de Queiroz.
Minha vida estudantil, portanto, teve grandes educadores que deram sua contribuição, inclusive meus pais e o grande mestre Jesus, sempre presente na minha vida, mas será, sem dúvida, "eternamente Iolanda" a formadora que despertou meu desejo pela leitura e a responsável pela professora de Língua Portuguesa que sou hoje.




Falar dos tempos de infância torna-se até interessante, pois faz-me viajar, refletir e orgulhar dos obstáculos vencidos. Foram tantos, que na inocência da infância, nem imaginava que tudo que vivi, faria-me tão bem hoje na vida adulta. Lembro-me que ainda pequenina, costumava acompanhar minha tia, também professora, até a escola que trabalhava, pois a mesma trabalhava no interior, andávamos distâncias de bicicleta, eu na carona, já que era tão pequena. Recordo-me que não tinha idade para matricular, mas exigia meu caderno e meu lápis, enquanto ela lecionava suas aulas, eu a observava.
Venho de família que tem no sangue essa profissão - professor - hoje alguns caíram na desilusão, desacreditaram e optaram seguir outra que não fosse professor, mas eu continuo forte e a cada dia tento reacender em meu ser essa esperança de que o professor ainda voltará a ser valorizado, não somente pelo financeiro, mas principalmente, pelo reconhecimento e pela importância que exercemos na sociedade.
Desde muito jovem, eu gostava de observar, de tentar compreender melhor o ser humano, para a partir daí tentar ajudá-los. Nunca pensei em cursar outros cursos que não fosse para formar-me em uma educadora, porque palavras encantam-me e seduzem-me o olhar atento de cada aluno, fazendo vibrar, sorrir, assim como o desinteresse, as dificuldades de alguns, me fazem ficar noites tentando buscar soluções para despertar neles o amor, a magia que os estudos nos trazem.
Em muitos momentos, busco inspiração naqueles que me ajudaram a conquistar o sonho, nos amados professores como tia Marina (no jardim da infância) que com sua doçura envolvia-me no mundo encantado dos contos, do som suave de sua voz cantando músicas que embalavam os meus sonhos; da Gilmar (no colegial) que com sua sabedoria sobre ciências, fazia seus paralelos entre o Homem e a Ciência; minha tia Cristina (aquela que quando criança acompanhava até o seu trabalho), me ensinou a compreender melhor o Homem e a sua História, entre outros que compartilharam comigo os seus conhecimentos, e Márcia Rosa (universidade) que com sua elegância e domínio da nossa língua, encantava-me no mundo mágico das palavras, e é claro, inspiração maior nos meus queridos pais, que apesar das dificuldades vividas, sempre priorizavam nas nossas vidas (eu e meus irmãos) os estudos, o tesouro, o bem maior que os pais podem oferecer aos seus filhos.
Iniciei muito cedo a minha profissão, precisamente no ano de 1994, cursava ainda o 3º ano magistério, quando Gilmar (lembra? aquela professora de Ciências no ensino fundamental II) convidou-me para substituí-la. Ao receber o convite, fiquei lisonjeada, feliz, apreensiva e nervosa. A partir deste ano não parei mais. Lecionei por vários anos, nas turmas de multisseriados, logo em seguida, voltei a ser convidada para lecionar na escola onde cursei boa parte da minha vida estudantil, passando por todos os processos burocráticos existentes, ou seja, trabalhei como estagiária, bolsista, substituta, até Deus iluminar ainda mais o meu ser, abençoando-me com a aprovação de 02 (dois) concursos públicos municipal, comprovando assim, que temos que ser batalhadores, persistentes e acreditarmos sempre em Deus, não nos deixarmos vencer pelas dificuldades.
No ano de 2001 (dois mil e um) cheguei a esta cidade que hoje moro - Santa Cruz da Venerada - costumo falar que Deus usou Wilma (colega de trabalho) como anjo na minha vida, porque foi através dela que descobri esta cidade, porque eu não a conhecia. Desde então, venho desenvolvendo meu trabalho profissional, buscando a cada momento, ajudar a esta comunidade, sendo que aqui construí minha família, fiz amizades, procurando compartilhar meus conhecimentos e adquirindo muito mais com aqueles com quem convivo diariamente, meus alunos.
Embora as problemáticas vivenciadas na Educação, tais como, desinteresse dos alunos, falta de recursos físicos e estruturais nas escolas, falta de parceria Família X Escola, desânimo de alguns colegas de profissão, etc. O que não podemos permitir é que como profissionais formadores de cidadãos críticos e ativos na sociedade, não nos deixemos cair na angústia e queiramos deixar de lado as nossas responsabilidades, apesar de tudo, somos também responsáveis pelo progresso e sucesso da Educação em nosso país, portanto, procuremos honrar a nossa profissão.

Dvanete Nunes Barros.



UMA PALAVRA, UM GESTO, UM SIMPLES OLHAR - FICA PERMANENTE NA MEMÓRIA DE ALGUÉM.

Era uma bela manhã de setembro, parei um pouco a correria do dia-a-dia, logo comecei a refletir sobre a minha trajetória como educador. E nesse dia, fiz uma reflexão profunda sobre o papel do professor, para o desenvolvimento sócio-econômico e culturas de um povo, de uma nação. Mas, se perguntássemos a algumas pessoas, qual o profissional responsável para desenvolver um país socialmente, economicamente e culturalmente? Tenho certeza que nem todos responderiam que é o professor. Contudo, sabemos que é o professor que forma todas as profissões, que ensina para a formação pessoal, profissional, enfim, é o professor que ensina para a vida, e ainda é na educação juntamente com todos os profissionais da mesma, que luta muito pelas justiças sociais, para termos menos desigualdades e mais oportunidades para todos. Por esta razão, faço esse relato homenageando aquelas pessoas que foram tão importantes na minha formação, que foram meus professores, juntamente com meus pais, que sempre me incentivaram para com os meus estudos. Graças a Deus, sempre fui muito dedicado para com os meus estudos, e também sempre tive o precioso e incondicional apoio dos meus pais. Iniciei meus estudos na Escola Dr. Sérgio Figueiredo, com a professora Nazaré Coêlho. Depois, estudei na Escola Alto Bonito, com a professora Maria Raimunda Ribeiro e conclui meu ensino fundamental I, na Escola Petronilo Francisco Soares, que hoje é a sede do Mãe Coruja. Tive bons professores no meu antigo primário, e todos marcaram. Tive vários livros, quero destacar uma lição do livro de 1ª série, pois hoje em dia tenho o texto todo em mente, o texto se chamava: Rita Vai ao Rio. Todos os meus professores foram marcantes na minha vida, todos contribuíram positivamente para a minha realização pessoal e profissional. E as aulas marcantes, eram as aulas da saudade, que sempre fazíamos nos finais de ano. Em relação à biblioteca, apesar de não termos um acervo cultural diversos, não foi por esta razão que deixei de aprender algo novo, pois sempre me dediquei para ir atrás de novos conhecimentos.
No meu ensino médio, cursei o magistério na Escola Anselmo Cordeiro Guimarães, onde terminei o ensino fundamental II, a qual também tive bons professores, sempre achei todos os conteúdos de ampla importância, pois sempre fazia as atividades com muita dedicação.
Cursei o 3º grau na Faculdade de Formação de Professores de Araripina (FAFOPA), terminei Letras em dezembro de 2000, foi uma experiência muito boa, embora foi muito sacrificante o período que estudei na faculdade, pois na época do meu estágio, lecionava aqui em Santa Cruz - PE, nas turmas manhã e tarde e estudava à noite na faculdade, e ainda tive que estagiar no período da manhã, na Escola de Aplicação de Araripina - PE, nas séries de 1º ao 4º anos, do 2º grau. Enfim, lutei muito para conseguir meus objetivos, aprendi muito a amar mais a minha profissão, a ministrar melhor as minhas aulas, e sei da minha responsabilidade para a formação de uma pessoa, o quanto cada professor tem uma parceria positiva ou negativa na vida de uma pessoa, por isso, lembre-se uma palavra, um gesto, um simples olhar poderá fazer a diferença na vida de uma pessoa.

Jackson Amorim

Um comentário:

  1. Olá,pessoal:
    Me chamo Adriano Silva Leite,e sou pretendente
    ao Curso de Letras, quero parabenizá-los pelos
    excelentes trabalhos, pois são belíssimos. Acre-
    dito que a formação em Letras depende muito da
    verdadeira busca pelo saber como realização de um sonho e da prática de ensinar fraternamente
    a Língua-alvo de estudo.

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